Sem essa de telefone! Vem falar comigo, me olhar nos olhos, daquele jeito antigo. Quero te sorrir daquele jeito mais que amigo. Ouvir com os meus olhos a tua gargalhada. O teu jeito agitado quando encurralada pelo galanteio descarado deste teu camarada. Quero tocar a tua pele macia numa tarde dessas qualquer dia de tudo e de todos vazia. Uma tarde sem hora para acabar. Uma conversa que não veja o tempo passar. Quero ver você me negar. O amor que sentes sem fim . Não fujas do desejo de mim. Faz-me sentir teu jasmim. Abraça-me, me beija embevecida. De um vinho de amor combalida. Como o último anelo da vida. Busque em meus braços o prazer perdido na brincadeira de não ter. Vem uma única vez viver. Ser esse amor da vontade tua. Envolver teu corpo na minha pele nua. Curtir mesmo sem lua. O luar por trás da cortina. Escondendo o sol da esquina. Te amo desde menina! Perdoa outra vez meu devaneio. Ainda sonho encontrar um meio de ser do teu biscoito o recheio. Vamos nessa, me telefona! Fala comigo, Com a tua voz meiga, do jeito mais que amigo. Falando de coração, daquele jeito antigo...
Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.